03/11/2023 às 11h34min - Atualizada em 03/11/2023 às 11h34min

Transexual matou marido há 2 anos na mesma rua em que foi assassinada em Rio Brilhante

Carla Marques Ramirez respondia processo em liberdade e morreu na quinta-feira (2)

A mulher transexual Carla Marques Ramirez, 50 anos, conhecida como “Carla Pedreira”, assassinada com tiro na cabeça, é suspeita de matar a golpe de faca o marido Igor da Silva Bezerra, 20, há dois anos, no município de Rio Brilhante, distante 161 quilômetros de Campo Grande, na mesma rua em que foi assassinada. A mulher foi baleada no domingo e morreu na quinta-feira (2), em Dourados.

Carla foi assassinada na Avenida Benjamin Constant, mesma rua em que matou Igor, no dia 23 de novembro de 2021. Os dois foram casados por sete anos, mas de acordo com a denúncia do Ministério Público, o relacionamento era conturbado e repleto de brigas que acabavam em agressões.

No dia que Igor foi assassinado, por volta das 13h, na casa onde o casal morava, na Chácara Nossa Senhora Aparecida, no prolongamento da Avenida Benjamin Constant, os dois teriam bebido e começaram a discutir. Igor pegou uma faca e avançou em Carla, ela conseguiu segurar a mão do marido e direcionou a faca em direção ao tórax do homem, acertando um golpe certeiro.

Na época, uma vizinha do casal disse para a polícia que viu o casal passando de carro em frente a sua residência, os dois estavam discutindo. Eles foram para casa e na sequência, a mulher viu Carla correndo atrás de Igor. A testemunha afirmou ainda que as brigas eram constantes.

Outra moradora da região relatou que, momentos antes ao crime, ouviu Carla dizendo a Igor “eu vou te matar”.

FOTO: Carla em foto publicada nas redes sociais (Foto: Reprodução)

Momento após matar Igor, Carla foi presa. Durante depoimento na delegacia, contou que as brigas entre os dois eram recorrentes, na ocasião, chegou a mostrar marcas das agressões causadas pelo marido.

Carla tentou socorrer Igor e disse ter ficado surpresa com a morte do companheiro. Apesar de ser autora confessa do crime, a mulher respondia o processo em liberdade.

Carla já tinha sido presa também pelos crimes de roubo, tráfico de drogas e crime de trânsito.

Executada - No domingo, a Polícia Militar foi acionada e no local, em conversa com a vizinha de Carla, ela contou que estava sentada em frente de casa com a filha, de 5 anos. A criança dormiu e foi colocada dentro do carro que estava estacionado do lado de fora da residência, na sequência, a mulher entrou para pegar cigarro e ouviu o barulho do tiro, saiu correndo e viu Carla caída no chão.

Enquanto a vizinha da vítima relatava o ocorrido, a criança disse “o papai deu um tiro na cabeça da Carlinha”. Os policiais questionaram a mulher sobre onde o marido estava e ela disse que estava trabalhando em uma fazenda desde o dia 26, mas não soube dizer o nome da propriedade rural. A criança disse ainda que o pai deixa a arma embaixo do colchão e às vezes no guarda-roupa.

Carla chegou a ser socorrida, mas teve morte cerebral confirmada pela equipe médica do Hospital da Vida, em Dourados, nesta quinta-feira (2), e a família decidiu pela doação dos órgãos.

O suspeito de efetuar o disparo de arma de fogo contra Carla está preso desde terça-feira. Ele tentava fugir quando foi detido pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) na BR-163. A polícia ainda tenta descobrir a motivação do crime.

A arma calibre 22 e de fabricação artesanal utilizada pelo suspeito, identificado apenas como Jonathan, foi encontrada na segunda-feira. Próximo ao local onde a vítima estava, na Rua Benjamin Constant, também havia uma munição deflagrada. - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

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