Lista da propina da Enersul excluí políticos e aponta 38 beneficiados no esquema

A lista dos envolvidos no recebimento de propina da Enersul excluí políticos, mas indica 38 beneficiados do esquema que resultou num prejuízo milionários aos cofres da concessionária que atendia 74 municípios em Mato Grosso do Sul. 

 

A conclusão é da CPI da Enersul/Energisa, que divulgou uma lista com mais 30 nomes de pessoas físicas e jurídicas que teriam recebido bônus da concessionária. 

 

Somado aos outros oito nomes, o grupo recebeu um total de R$ 103.387.093,00 entre 2010 e 2014.

 

A comissão aprovou a convocação das pessoas citadas no relatório da auditoria realizada pela PriceWaterHouseCoopers (PwC) e de outras 10, incluindo o interventor da Enersul entre agosto de 2012 e abril de 2014, Jerson Kelman. 

 

O requerimento de duas funcionárias da Enersul que assinaram o pagamento das gratificações também foi aprovado.

 

Segundo o presidente da CPI, deputado estadual Paulo Corrêa (PR), a lista excluí políticos. “A lista só tem pessoa física e jurídica e não políticos como dito anteriormente”, disse o parlamentar. A comissão ainda apurou que a distribuição das gratificações não tinha critérios.

 

Segundo a relação, as gratificações variavam desde R$ 5.222,00 a R$ 61.855.077,47. O maior valor foi usado para pagamento de "divergência" à Rede de Energia S/A.

 

O relator Beto Pereira (PDT) apresentou cinco requerimentos direcionados à Enersul, à Junta Comercial do Estado de São Paulo, à Junta Comercial de Mato Grosso do Sul, à OAB, à Receita Federal, ao TSE (Tribunal Superior Eleitora), e ao Detran (Departamento Estadual de Trânsito).

 

O deputado solicitou documentos referentes a contratos de prestação de serviços, pagamentos de bônus, constituição de empresas ligadas à Enersul, CNPJs, cópias de contratos e provas de prestação de serviços, termos de parcelamento de impostos e endereços residenciais ou comerciais das 38 pessoas.