A Iagro disciplina o trânsito de equídeos em Mato Grosso do Sul, por conta da detecção de um caso positivo para Mormo, e informa que as medidas vem sendo adotadas.
O Mormo está presente na Lista de Doenças de Notificação Obrigatória ao Serviço Veterinário Oficial da Instrução Normativa/Mapa nº 50, de 24/09/2013. Toda suspeita de Mormo deve ser notificada imediatamente à Iagro para que sejam adotadas as medidas sanitárias pertinentes.
As ações de prevenção de controle da doença estão previstas na Instrução Normativa nº 24, de 05 de abril de 2004, publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O animal positivo será sacrificado, e o serviço veterinário irá realizar a colheita de material para a tentativa de isolamento da bactéria Burkholderia mallei. Após o sacrifício o animal será incinerado no próprio local. Todos os fômites e instalações serão desinfectados, na presença do serviço veterinário oficial.
Todos os animais da propriedade serão submetidos a teste de diagnóstico de Fixação de complemento, sendo repetido o mesmo teste após um intervalo de 45 a 90 dias, após a primeira colheita. Com o resultado negativo, em ambos os testes, é considerado saneado o foco e a propriedade é desinterditada, e o trânsito liberado.
Atualmente, as Unidades da Federação onde está confirmada a presença de Mormo são: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo.
Para o trânsito de equídeos, no Mato Grosso do Sul, passa a serobrigatória a apresentação de exame negativo para mormo, cuja colheita de material deverá ser realizada por médico veterinário autônomo, cadastrado junto à SFA, e o material encaminhado aos laboratórios credenciados pelo Mapa, nas seguintes situações:
Emissão de GTA para trânsito interestadual de equídeos originários de Mato Grosso do Sul destinados a qualquer Unidade da Federação, para qualquer finalidade.
Emissão de GTA para o trânsito intraestadual de equídeos, originários de Mato Grosso do Sul, destinados à participação em eventos com aglomerações de animais no Estado.
Ingresso de equídeos, originários de qualquer Unidade da Federação e destinados Mato Grosso do Sul para participação em eventos com aglomerações de animais.
A lista dos médicos veterinários cadastros e dos laboratórios credenciados para o exame de Mormo, poderá ser consultada no site da Iagro, www.iagro.ms.gov.br.
O prazo de validade dos exames deve ser atentamente observado. Os proprietários interessados em realizar os exames em seus animais devem procurar o escritório da Iagro para mais informações. O papel dos diversos setores da agropecuária, incluindo médicos veterinários, zootecnistas, criadores, promotores de eventos para equídeos ou qualquer cidadão, é fundamental para a prevenção, detecção precoce e contenção da doença. No caso de ocorrência da doença, a rápida detecção de animais doentes ou infectados é importante para evitar sua disseminação. A Iagro coloca-se à disposição e conta com participação e colaboração de todos.
O mormo é uma doença infectocontagiosa grave que acomete os equídeos (equinos, asininos e muares), mas que pode acometer outras espécies de maneira acidental, como o homem (zoonose), carnívoros e pequenos ruminantes. A doença é causada pela bactéria Burkholderia mallei, que ocasiona alta taxa de mortalidade nos equídeos e, no homem é fatal. Os sinais clínicos mais frequentes são: febre, tosse e corrimento nasal.
A doença pode se manifestar na forma aguda ou crônica, sendo que a forma crônica, geralmente, ocorre em equinos e a forma aguda em muares e asininos. Em equídeos os sinais são classificados em três categorias: nasal, pulmonar e cutânea.
A principal via de infecção é a digestiva, podendo ocorrer também pelas vias respiratórias, genital e cutânea. Animais infectados e portadores assintomáticos são importantes fontes de infecção.
A disseminação do agente no ambiente ocorre através da água, alimentos (forragens, melaço), fômites (bebedouros, cochos, equipamentos de montaria compartilhados). A mosca doméstica também pode contribuir para a disseminação da bactéria.