12/04/2016 às 14h47min - Atualizada em 12/04/2016 às 14h47min

Menino torturado em rituais de magia pode ter sido 'vendido' por R$ 100 pelo pai

Denúncia foi feita por suposta mãe à OAB

- Mídia Max

A criança de 4 anos, vítima de tortura em supostos rituais de magia negra, que deu entrada na Santa Casa de Campo Grande no dia 23 de fevereiro com vários ferimentos pelo corpo, teria sido vendida pelo pai. A denúncia foi feita por uma mulher no dia 23 de março, que afirma ser a mãe do menino e também alega não conhecer as pessoas que adotaram a criança.

De acordo com o advogado Venâncio Josiel dos Santos, presidente da Comissão dos Direitos da Criança e Adolescente da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Mato Grosso do Sul), a mulher procurou a ordem no dia 23 de março, acompanhada da mãe, de uma vizinha e da filha de 12 anos. Ela chegou a apresentar uma certidão de nascimento, comprovando ser mãe do garoto.

Também conforme o presidente da comissão, a mulher, que é moradora em Jardim e trabalha como catadora de lixo, viajou até a Capital para tentar ver o filho. Como não conseguiu liberação para visitar a criança no abrigo, foi orientada e procurou a OAB. Em relato feito pela mulher e as outras pessoas que a acompanharam, o menino teria sido 'vendido' pelo pai, que usaria o dinheiro para comprar drogas.

Contradições

Conforme o relato da mãe, que ainda deve ser investigado pela Polícia Civil de Jardim caso ela denuncie os fatos e que não foi comprovado pela OAB, ela teve apenas dois filhos com o ex-marido, a menina de 12 anos e o garoto de 4 anos. Foi noticiado pelo Jornal Midiamax, a partir de informações do Conselho Tutelar, que os pais da criança tinham 5 filhos e haviam perdido a guarda de todos em 2015.

No entanto, a mãe afirma que não perdeu a guarda das crianças. Ela conta que deixava os filhos sob cuidados da mãe dela, pois não tinha condições de cuidar deles e que, a cada três dias, o pai visitava as crianças. A mulher diz em depoimento que se separou pois o marido começou a usar drogas e parou de trabalhar, então era sustentado por ela. A suposta mãe do menino também conta que, em uma das visitas, o pai do garoto disse que passaria o dia com ele e depois disso, sumiu com a criança.

A mãe ainda diz que o pai sumiu com o menino e que o vendeu por R$ 100, para trocar o dinheiro por drogas. “Não há como comprovar esses fatos, que são palavras da denunciante”, afirma Venâncio. Por fim, a mulher diz que só ficou sabendo do paradeiro do filho ao ver as notícias de que o garoto havia sido vítima de tortura em Campo Grande, por supostos tios.

Investigação

Segundo o advogado, a mulher tentou por três dias ver a criança no abrigo, mas não conseguiu e procurou a OAB. Foi feito um documento e repassado para uma juíza de Jardim, que deve cuidar do caso. O relatório da comissão foi fechado no dia 31 de março e o caso pode ser investigado pela Polícia Civil de Jardim.


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