22/05/2017 às 14h25min - Atualizada em 22/05/2017 às 14h25min

Sula Miranda explica namoro sem sexo: "Comigo é beijo na boca e pegar na mão"

Cantora, de 53 anos, relembra seu auge no sertanejo em meio a um mercado tão masculino, fala sobre o suicídio do marido e da fé

- REVISTA QUEM
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Sula Miranda sempre foi certinha. Quando menina, obedecia os pais sem questionamentos e costumava dedurar as travessuras da irmã Gretchen. Por conta disso, ela afirma que seu comportamento não mudou muito após ela se tornar evangélica, em 2003.

 

"A Mara Maravilha brincava que eu era crente e não sabia. Eu era a comportada, a careta… Nunca me droguei e bebi. Também sempre fui discreta. Podia ter namorado muitos sertanejos, mas não quis”, conta ela, que tem mais de 30 anos de carreira como cantora.

 

Mesmo assim, a cantora de 53 anos, surpreendeu os fãs ao declarar que está há dez anos sem fazer sexo por acreditar que não se deve ter relações sexuais antes do casamento.

 

"Parece que eu sou uma extraterrestre, mas eu estou em uma posição correta segundo a minha religião. Somos preciosas. Não é qualquer pessoa que pode tocar em você. Não vou me sujar. Vai fazer mal só pra mim se amanhã não der certo."

 

Casada anteriormente por quatro vezes, Sula afastou alguns pretendentes com sua postura, em exceção o atual namorado, Gilber Guarda, com quem se relaciona desde o fim do ano passado.

 

“Me separei em 2007 e tive uns namorados depois disso. De todos que eu conheci, ele foi o primeiro que topou e está durando. Geralmente, depois de um mês, eles desistiam. No começo pensavam que eu estava fazendo tipinho, mas quando viam que era sério mesmo, desistiam”, relembra a eterna Rainha dos Caminhoneiros.

 

Para não sofrer com a tentação, a cantora afirma que o namorado nunca dorme em seu apartamento, em que divide com o filho Natan, de 18 anos.

 

"Fomos tomar um café e a primeira coisa que eu falei foi: 'Namoro comigo é beijo na boca e pegar na mão'. Imagina uma mulher de 53 anos falar isso para o cara! A maioria pensa que estou de sacanagem, mas ele não. Ele vive as mesmas coisas que eu, tem a mesma fé."

 

Em entrevista para QUEM, Sula relembrou seu auge no sertanejo em meio a um mercado tão masculino, falou sobre o suicídio do marido Luis Flávio Rocha na década de 90 e revelou seus cuidados de beleza.

 

QUEM: Você era uma das poucas mulheres entre tantos cantores sertanejos. Como foi se impor como um mulher e ganhar o respeito dos colegas homens?


SULA MIRANDA: No meu caso foi um privilégio. Tinha esse negócio do clube do bolinha. Eram todos homens e duplas, mas não tive essa dificuldade. Todo mundo que veio comigo estava começando, se mudando para a cidade grande. Eu já era urbana, tinha vivenciado essa vida de artista de viagem com o grupo As Melindrosas. Então foi fácil. Eles meio que me abrigaram e cuidavam de mim. Tive apenas a dificuldade de migrar para o sertanejo. As pessoas não entendiam, mas bati o pé. Era o que eu queria.

 

QUEM: Não recebia cantada dos sertanejos e dos caminhoneiros?



S.M.: Pelo contrário. Eu era novinha, mas os cantores até me protegida porque sabiam que eu era muito careta. Nem mexiam comigo. Usei minissaia e decote, mas nunca fui assediada. Não tive esse problema. Com os caminhoneiros foi a mesma coisa. Nos eventos, eles que me protegem e muito. Esses dias fui evangelizar no terminal de cargas sozinha. Peguei o jornal na igreja, meus livros e fui lá. Me receberam com tanto carinho e me ajudaram a carregar as coisas. É muito legal ver que depois de 30 anos de carreira ainda tenho esse respeito deles. Aliás, esse terminal de carga vale até uma matéria lá. É um descaso com eles. Eles ficam lá, sem ter nada para fazer, no dia que não tem carga para voltar pra casa. Não tem a mínima estrutura.

 

QUEM: Você parece sempre tão positiva! Nunca passou por uma fase de depressão, nem após o suicídio do seu marido?


S.M.: Não tive essa fase de depressão. Eu não acredito nisso. Tive motivos sentimental e financeiro, mas sempre procurei tirar o melhor daquilo. Estava casada há um ano quando meu marido se matou. O Brasil me julgou e até de assassina me chamaram. Não caí em depressão. Todo mundo é forte!

 

QUEM: Mas não foi complicado retomar a sua vida amorosa depois da morte dele?


S.M.: Brinco que não sei o que é pior, ser viúva de marido morto ou vivo. Pra mim foi de marido vivo. Sofri muito mais na separação do que na morte do meu marido. A morte é uma coisa que não tem como contestar. Acabou mesmo e tem que seguir a vida. Quando se termina um casamento gostando, fica aquela vontade de voltar, que às vezes dura a vida inteira. Mas tanto a morte do meu marido quanto as separações foram aprendizados. Não temos que por a nossa vidas nas mãos de ninguém. A felicidade não pode depender de um homem ou de um estado financeiro. Antes eu dependia muito do outro.

 

QUEM: Como se tornou evangélica?



S.M.: Quem lê a minha biografia sabe que eu não me converti nos meus piores momentos. Meu marido se suicidou quando eu tinha 26 anos, uma tragédia a nível nacional, sofri muitas retaliações, mas não foi esse momento que me me converti. Não foi pela dor, foi pelo amor. Dei um monte de cabeçada antes. Procurei tudo que era religião. Meu primeiro livro era falando da minha experiência em Machu Picchu. Eu acreditava em tudo, em gnomo, fazia uns trabalhinhos, me batizei no taoísmo… Eu buscava Deus, mas foi só por meio de um amigo, o bispo João Batista, que tive esse encontro com Deus. Estava em uma crise profissional na época. Queria voltar a apresentar programa de TV, mas não conseguia. Tentei me aconselhar com ele para voltar e ele me falou: "Posso orar por você"? Eu aceitei e depois ele me pediu para ir em um lugar e ouvir a mensagem, se eu não encontrasse a resposta era para eu voltar que ele ia me ajudar. Me converti e voltei só para agradecê-lo por ter me mostrado o caminho.

 

QUEM: As pessoas se surpreendem quando sabem que você escolher fazer sexo apenas após o casamento. O que acha disso?



S.M.: Quem está errado? São tantos cristãos no mundo. A bíblica é igual. Está escrito lá e isso é lei. Estou obedecendo apenas. Eu acho uma incoerência ir para uma igreja e não obedecer. O sexo é uma das coisas. É preciso também não mentir, não fornicar… Estou há 10 anos sem sexo, não evoluí com os meus namorados porque vinha aquele kit polvo com dez mãos, não quero isso pra mim. Eu coloquei isso pra minha vida. Se não é bom pra o meu parceiro, ele pode procurar outra pessoa.

 

QUEM: Não sente vontade?


S.M.: Deus tira essa vontade louca que as mulheres têm. Claro que arrepio igual, sinto calafrios, mas tem limites. Se eu der um beijo mais exagerado, vai evoluir. Por isso tomo cuidado. Meu namorado nem dorme aqui. Meu filho entra e saí de casa, mesmo quando estou com meu namorado, mas nunca vê no quarto. Me vê sentada, vendo filme… Nunca me pegou nem beijando. Quando ele está aqui à tarde. Ele não passa da porta do meu quarto. Só passa da sala para o banheiro.

 

QUEM: Qual o segredo para manter a chama da paixão sem sexo?



S.M.: Vou falar uma frase que o meu namorado sempre diz. A maioria dos casais começa na cama, e depois que vai para sala para se conhecer melhor. Se o relacionamento começa na sala, só vai pra cama depois que resolver tudo ali. É onde você sabe se a pessoa é a que você realmente quer, se ele é amigo, companheiro… Se der pane, já vai dar na sala. Tem gente que só depois de ir pra cama que conhece o outro e se decepciona ao sabe que ele é rude, folgado ou que não é o que você queria. Namoro é pra conhecer a pessoa. A gente só pode conversa e então tem que se conhecer bem. Muita gente diz que se o casamento não der certo é só se separar. Não é assim. Já foi para mim. Fui casada quatro vezes e quando não dava certo, me separava. Ele tem 51 anos e eu 53 anos. Vai ter que ter tempo para ver se a gente tem afinidade. Esse é o homem que quero passar o resto da minha vida? Não vou casar agora aos 53 pra separar novamente. Sonho em ter um homem de Deus na minha vida e casar com ele. Acho legal uma cerimônia para os amigos e família

 

QUEM: Sua família e sua irmã Gretchen opinaram sobre essa sua decisão?



S.M.: Minha família nunca se mete na vida de ninguém. A Sula não quer fazer sexo, legal. A Thammy quer ser menino, é uma escolha dela. A Gretchen vai casar novamente, que bom. Está sempre tudo certo! Por muito tempo achei que fosse como o Dumbo. Me sentia jogada no quintal errado. Achava que eu não tinha nada a ver com a minha família. Hoje eu vejo que estou na família certa. Vejo que em umas famílias é um tal de se meter na vida do outro! Minha família é um máximo. Se eu falo que estou namorado eles vibram, se falo que terminei, dizem que fiz o certo. Ninguém questiona ou enche o saco de ninguém. Na hora do sufoco todo mundo se junta. A Gretchen nem sabia que eu estava namorando… A gente não se fala todo dia, a gente se fala quando precisa. Ela compra as capsulas de colágeno que eu vendo e fala comigo quando vem para o Brasil e quer que eu separe alguns para ela. Daí passamos uns seis meses sem nos falar. Eu acho o máximo. Quando a gente era nova, até por conta de imprensa, a gente acreditava nos rumores e brigava mais. Agora eu já aviso pelo WhatsApp o que falei dela em um entrevista e está tudo resolvido.

 

QUEM: Como faz ara manter a beleza aos 53?


S.M.: Tudo que conquistei foi por causa da minha disciplina. Me exercito todos os dias. Faço aula na academia do prédio de localizada e pilates. Amo! Sou muito disciplinada com alimentação também. Mas tenho aquela fase gulosa, que como um bolinho. No geral, sempre me cuidei. Hoje também faço botox. Fujo do preenchimento para poder manter o meu rosto sem grandes mudanças! Se você pegar uma foto minha de 10 anos atrás não tem muita diferença, com exceção do nariz que eu fiz plástica. Quero envelhecer bem e ser uma coroa legal.

QUEM: Está sempre impecável de maquiagem e cabelo arrumado até em casa?


S.M.: Sou vaidosa e sempre estou arrumada em casa. Eu fiz batom, sobrancelha e contorno nos olhos definitivos. Acordo assim linda e com uma aparência natural. Se eu for para piscina vou ficar arrumada. Também uso filtro solar com cor, que parece uma base. Tenho cuidado de não fazer os exageros. Sou uma pessoa pública e formadora de opinião. As pessoas copiam a gente. As pessoas nos olham e querem ser como a gente. Tenho um grupo de WhatsApp das vizinhas do meu prédio e elas pedem e adoram as minhas indicações de lojas, médicos e profissionais.


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