22/11/2021 às 06h50min - Atualizada em 22/11/2021 às 06h50min

Enem 2021 teve 26% de abstenção, diz Inep

Provas foram aplicadas neste domingo (21); índice de abstenção é menor do que registrado em 2020, de 51,5%.

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Danilo Dupas, afirmou que 26% dos 3,1 milhões de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2021) não fizeram a prova neste domingo (21). O índice de abstenção é menor do que o registrado em 2020, de 51,5%.

Inicialmente, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que a abstenção havia sido 24%.

O balanço foi divulgado durante entrevista coletiva à imprensa. Também participaram o ministro da Educação, Milton Ribeiro, o diretor de operações dos Correios, Carlos Henrique Ribeiro, e o delegado Cléo Mazzotti, da Polícia Federal.

O ministro da Educação considerou que a operação "foi um sucesso".

Segundo o Inep, a taxa de candidatos que não compareceram ao Enem 2021 foi maior entre aqueles que optaram pela prova digital: 46,1% de abstenção, contra 25,5% que deixaram de fazer a prova impressa.

Já, entre as unidades da federação, o Amazonas se destaca com o maior número de desistências neste primeiro dia de prova, 40,6%, seguido por Roraima: 32,4%, considerado apenas a prova impressa.

Abstenção por estado - Prova impressa, 1º domingo

UF Inscritos Ausentes (em %)
AC 17.608 28%
AL 50.059 23%
AM 77.578 41%
AP 18.558 29%
BA 237.052 26%
CE 206.385 29%
DF 58.778 24%
ES 57.713 26%
GO 127.465 32%
MA 115.201 26%
MG 294.853 25%
MS 37.020 26%
MT 49.170 28%
PA 167.239 28%
PB 91.005 23%
PE 176.682 25%
PI 72.170 22%
PR 129.831 25%
RJ 213.214 25%
RN 71.641 22%
RO 28.029 32%
RR 7.273 32%
RS 136.385 24%
SC 73.595 24%
SE 48.206 22%
SP 450.219 22%
TO 27.978 27%

 

"O Enem foi um sucesso, 24% [na verdade, 26%] de abstenção ainda na pandemia, é um número significativo. Sem o Enem, uma série de passos da educação brasileira sofreria um atraso", disse.

Com abstenção menor, o número de pessoas que fizeram a 1º prova impressa em 2021 é maior que o de 2020, mesmo com um número de inscritos menor (5,8 milhões ante 4 milhões):

  • Fizeram a 1ª prova impressa do Enem 2020: 2.680.697
  • Fizeram a 1ª prova impressa do Enem 2021: 3.040.907
  • Fizeram a 1ª prova digital do Enem 2020: 29.703
  • Fizeram a 1ª prova digital do Enem 2021: 68.893

Crise no Inep

Questionado sobre a crise dos servidores do Inep e alegações que faltaram questões e que houve mudanças na prova, Milton Ribeiro disse que o exame deste ano segue "o mesmo padrão".

O ministro também comentou a fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que, na última segunda-feira (15), em Dubai, disse que as questões do Enem "começam a ter a cara do governo".

"Sobre a cara do governo, vocês puderam notar que o Enem segue o mesmo padrão nas provas", disse Milton. "Foi uma narrativa, tentaram politizar a prova e não teve nenhuma interferência. Talvez, se tivesse, algumas perguntas talvez não estariam ali".

Ribeiro, no entanto, não detalhou a quais questões se referia. Entre os tema tratados pela prova de 2021 estão racismo, mineração na Amazônia, escravidão, leitura crítica de notícias e emancipação feminina.

"Não teve interferência e nem escolha de perguntas. Quando o presidente [Bolsonaro] fala, eu afirmo que tem a cara do governo, transparência, seriedade, sem desvio de recurso, vazamento. Essa é a cara do governo. Desafio qualquer um a dizer que teve interferência na montagem da prova", afirmou o ministro da Educação.

Dias antes da prova, 37 servidores do Inep entregaram os cargos. Como o g1 mostrou, alguns deles alegaram pressão ideológica no processo de formulação das provas, com o objetivo de excluir do exame temas que pudessem desagradar ao governo.

Ensino remoto e pandemia

As provas do Enem 2021 foram aplicadas das 13h30 às 19h. Ao todo, 3.109.762 pessoas se inscreveram para essa edição do exame, menor número registrado desde 2005. Houve ainda uma redução mais acentuada na participação de pretos, pardos e indígenas em comparação com a última edição da prova.

Questionado sobre o menor número de inscritos nesta edição do Enem, o ministro Milton Ribeiro disse que o país "está começando a caminhar no pós-pandemia".

 

"As escolas públicas, algumas, altamente, levadas por movimentos sindicais pararam e os professores se negaram a abrir as escolas. Eu não tinha poder, então, os que mais precisavam não tinham escolas abertas", afirmou o ministro.

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