Caminhão é incendiado em Campo Grande (Foto: Tatiane Queiroz/ G1MS)
(Foto: Tatiane Queiroz/ G1MS)
A Polícia Civil atribuiu a um morador de rua, de 32 anos, os incêndios criminosos em cinco veículos, entre a noite de sexta-feira (15) e a madrugada de sábado (16), em Campo Grande. O suspeito foi preso poucos minutos depois dos fogos provocados em dois caminhões e um utilitário na região da Praça das Araras e da Orla Morena. Segundo a polícia, foram encontradas provas suficientes para apontá-lo como autor das ações.
Segundo o secretário Estadual de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini, o homem tem registro de nascimento em Ponta Porã, a 346 km de Campo Grande e não tem residência fixa. O suspeito já tem passagens anteriores por danos e perturbação do sossego. Jacini diz que ele não tem qualquer com relação com facção criminosa e teria agido sozinho.
No momento da prisão, no início da tarde, os policiais encontraram uma garrafa com álcool e fósforos com o suspeito. Além disso, ele também estava com um canivete, que teria sido furtado do funcionário de um escritório de engenharia, na rua Antônio Maria Coelho, na região da Orla Morena. Neste local, o morador de rua teria ateado fogo em um dos caminhões estacionados no terreno empresa, além de ter tentado incendiar outro caminhão e o escritório do estabelecimento, conforme relato do empresário José Gonçalves da Cruz, proprietário do escritório.
Para a polícia, as evidências mostram que ele é responsável pelas ações criminosas em relação a cinco veículos: uma caminhonete Hilux, na avenida Afonso Pena; um Gol, na rua 25 de Dezembro; o caminhão de frutas, o caminhão da empresa de engenharia e o utilitário na região da Praça das Araras. De acordo com o delegado do Grupo Armado de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros (Garras), Alberto Vieira Rossi, nas imagens feitas de um circuito de segurança é possível identificá-lo pelos chinelos que usava no momento que colocou fogo na Hilux.
Segundo a polícia, ele não confessou os crimes. “As provas materiais encontradas com ele tornam a confissão desnecessária”, disse Rossi.
Investigação
Wantuir Jacini enfatizou que os outros incêndios provocados em veículos desde quarta-feira (13) não são atribuídos ao morador de rua e as investigações continuam. A polícia tem outros focos de apuração: uma delas é a ação de uma facção criminosa, como a relacionada à morte de um policial aposentado em Três Lagoas, ocorrida no dia 6 de março.
A polícia investiga ainda quem teria disparado mensagens na rede social e por telefone, alertando sobre ataques a mulheres. Segundo ele, a ação causou "terror desnecessário".
Outra linha de investigação é de alguns criminosos estão se aproveitando do clima de pânico ligado a ataques de facções e estejam incendiando os carros. Jacini diz que o último é o caso do morador de rua. O suspeito será indiciado por incêndio criminoso, com pena prevista de três a seis anos de reclusão.
Sobre o incêndio em um caminhão em Sidrolândia, na madrugada de hoje, Jacini disse que o caso faz parte de outra vertente de investigação, mas não teria relação com o suspeito detido em Campo Grande.
Operação
Desde às 4h deste sábado, a polícia está fazendo operações em Campo Grande, Três Lagoas e Corumbá. Nos três municípios, pelo menos oito pessoas foram detidas durante a operação, algumas na investigação dos atentados, outras por flagrantes de porte ilegal de arma ou mandados de prisão em aberto.
