14/09/2016 às 17h55min - Atualizada em 14/09/2016 às 17h55min

Fakes irrigam redes sociais com denúncias comprometedoras

Embora considerado irregular, método é usado como forma de denegrir a imagem dos candidatos

- Conjuntura

A campanha eleitoral em Campo Grande ganhou um ingrediente perigoso para os comandos das campanhas a prefeito por meio do uso de “fakes” (perfis falsos) que aproveitam as redes sociais para fazer denúncias contra os adversários.

De uns dias para cá, os fakes irrigaram esses espaços na Internet, principalmente o Facebook, com denúncias comprometedoras, feitas por meio de uma verdadeira produtora clandestina de vídeos nos quais aparecem o candidato junto com políticos fichas sujas.

Embora considerado irregular e mesmo sob os olhares da Justiça Eleitoral, o método tem sido  usado com freqüência como forma de denegrir a imagem dos rivais. 

Entre os 15 candidatos registrados no TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul), 14 estão em campanha, já que a Justiça Eleitoral indeferiu o registro da terapeuta ocupacional Rosana Santos (PSOL).

É que o juiz José Henrique Neiva de Carvalho e Silva, da 44ª Zona Eleitoral, acatou, no último dia 7, Ação de Impugnação de Registro de Candidatura do Ministério Público Eleitoral alegando que ela não deixou cargo público no período exigido pela lei.

Entre os vídeos mais rodadas está um em que o candidato do PSD, deputado estadual Marquinhos Trad, aparece pedindo votos em campanhas anteriores para o então deputado federal Edson Giroto (PR), investigado pela Operação Lama Asfáltica sob suspeita de desvio milionário de verbas públicas por meio de licitações fraudulentas.

Por causa disso, Giroto chegou a ficar preso por vários meses em Campo Grande.

Outra denúncia divulgada nas redes sociais é a que aparece a candidata do PSDB, vice-governadora Rose Modesto, falando ao telefone com o então prefeito Gilmar Olarte (ex-PP).

Trata-se do grampo telefônico autorizado pela justiça como parte da Coffee Break, que denunciou 24 pessoas no Tribunal de Justiça sob acusação de envolvimento em suposto esquema de propinas e compra de voto na Câmara de Vereadores para cassar o prefeito Alcides Bernal (PP), em março de 2014.

Apesar de aparecer falando com Olarte, afastado mais tarde pela Justiça, Rose Modesto, que á época era vereadora, não foi citada entre os 24 nomes denunciados pelo MPE.

Disputam o cargo, além de Marquinhos Trad e Rose Modesto, o prefeito Alcides Bernal (PP), que busca à reeleição, Lauro Davi (PROS), Adalton Garcia (PRTB), Alex do PT, Arce (PCO), Aroldo Figueiró (PTN), Athayde (PPS), Coronel David (PSC), Elizeu Amarilha (PSDC), Marcelo Bluma (PV), Pedrossian Filho (PMB) e Suél Ferranti (PSTU).

PUNIÇÕES

Mesmo com os dispositivos rígidos da legislação eleitoral e do Marco Civil da Internet, as redes sociais são consideras por muitos como um território livre, ideal para apontar os defeitos, apoios políticos duvidosos, acusações e promessas não realizadas de adversários que vão para o pleito.

No entanto, o TSE atua no combate a perfis falsos  desde as eleições de 2010 por entender que a legislação eleitoral permite que os candidatos destaquem apenas as suas qualidades no mundo virtual, possibilitando, inclusive, críticas aos adversários políticos na disputa. Contudo, é expressamente proibido usar subterfúgios para atacar, especialmente, quando o responsável pela página se esconde em um perfil fake.

Desta forma, havendo a comprovação da ligação entre o candidato a página ou ao perfil, ele pode ser multado ou até ficar inelegível.

A campanha política começou oficialmente para valer no dia 16 de agosto e terá a metade do tempo das anteriores, passando de 90 para 45 dias.

Para analistas, se o clima está pesado a essa altura com denúncias mútuas entre os candidatos, até o dia 2 de outubro (primeiro turno das eleições), muita coisa poderá ocorrer na corrida pela prefeitura do maior colégio eleitoral do Estado, incluindo eventuais punições a candidatos que bancam esse tipo de campanhas sujas.   


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