20/05/2014 às 16h23min - Atualizada em 22/05/2015 às 14h56min

Capital: Menores que fizeram família de Rondônia refén para roubar caminhonete ameaçam voltar e matar vítimas

Família que veio de Rondônia mora na casa a apenas 30 dias

MS Record
Foto: Reprodução TV MS Record"Rederam nós das 22h às 1h30, tempo da caminhonete chegar ao Paraguai”, diz o militar

Uma família de Rondônia, que acaba de se mudar para Campo Grande, viveu momentos de terror nas mãos de assaltantes, entre eles menores de idade, que invadiram a residência do casal, na noite desta segunda-feira (19), no bairro Maria Aparecida Pedrossian, para roubar uma camionete de luxo que seria levada para o Paraguai. O que chama a atenção neste caso, além da ação em si, e que revolta o cidadão de bem é que os adolescentes que participaram da ação disseram que, se forem presos, vão ficar pouco tempo apreendidos e ainda vão voltar para matar a família.

O assalto aconteceu por voltas das 22h deste segunda-feira, região leste de Campo Grande. Segundo a vítima de 52 anos, os bandidos arrebentaram o portão e já renderam o casal que estava dormindo na sala.

“Eles entraram seguraram nós nas armas correram atrás da guria quebraram a porta do banheiro e ameaçando o tempo todo, vou matar, vou matar”, diz o militar, Vilmar Sobrinho.

Com a gritaria a filha mais nova do casal de apenas 10 anos, chegou a se esconder embaixo da cama com medo. A outra garota de 14 anos trancou8 a porta do banheiro, que foi arrombada pelos criminosos.

A mãe das crianças, Solânge Marques entrou em desespero ao ver os bandidos ameaçarem de morte seus filhos. “Fiquei preocupada quando eles entraram para o quarto, pensei que eles fossem fazer outras coisas, eu falei: deixa as crianças, levem o que quiser”, diz a mãe.

Os bandidos fugiram levando a caminhonete Hilux do militar avaliada em R$ 70 mil. “Botaram nós dentro da caminhonete e levaram ali, pegaram dinheiro para abastecer a caminhonete e largaram nós na BR, com dois camaradas, menores junto, e renderam nós das 22h  às 1h30, tempo da caminhonete chegar ao Paraguai”, diz o militar.

Depois do assalto na casa, no Maria Aparecida Pedrossian, a família foi mantida refém em uma estrada abandonada por cerca de três anos, as quatro vítimas ficaram abraçadas e o proprietário da caminhonete Hilux o tempo inteiro com uma arma na cabeça.

“Elesnos renderam e disseram: olha, nós vamos ficar aqui até 1h aqui, que é o tempo da caminhonete chegar até onde nós queremos, aí não sei o que houve e eles seguraram nós até 1h30, depois disso eles saíram e disseram vocês esperam aqui mais 20 minutos, caso contrário eu estou armado e vou meter pipoco. Aí as meninas deitarem, quando eles saíram e fui devagar  e vi que eles tinham ido embora, peguei elas elas e fomos embora”, diz a vítima.

A família que veio de Rondônia mora na casa a apenas 30 dias. E como se não bastasse a audácia do crime e as horas de terror que os marginais impuseram a família, que escolheu campo grande como novo lar, Vilmar ainda conta que os adolescentes que participaram do assalto zombaram dele, da família e das autoridades e disseram que nada vai acontecer com eles. 

“Eles podiam fazer o que fizessem que o máximo que ia acontecer, é que eles iriam para a casa de recuperação uns seis meses e se algum de nós ficássemos vivos eles voltavam para matar, se pegassem eles”, finaliza o militar.

Nessa hora, a discussão sobre a redução da maioridade penal volta à tona. O MS Record perguntou ao delegado da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Campo Grande, Maércio Alves o que ele pensa sobre a legislação vigente.

“Todo mundo quando comete um crime ou um ato infracional a ideia dele é não sei capturado, não ser preso, não ser identificado, ele pratica com essa intenção, mas no caso do adolescente se for identificado, se for capturado eles tem a noção e consciência  de que o grau de repressão que ele vai sofrer vai ser menor  em relação a um adulto”, diz o delegado. (Com colaboração Rodrigo Nascimento, TV MS Record)


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