14/12/2020 às 07h07min - Atualizada em 14/12/2020 às 07h07min

Alemanha fecha comércio e escolas até 10 de janeiro para frear casos de Covid-19

Apenas serviços essenciais, como mercados, farmácias e bancos, poderão funcionar. País teve maior número de registros e mortes na última semana.

- G1

A Alemanha vai fechar o comércio e as escolas entre os dias 16 de dezembro e 10 de janeiro para conter a propagação da Covid-19 no país, anunciou a chanceler Angela Merkel no domingo (13). Apenas serviços essenciais, como supermercados, farmácias e bancos, poderão funcionar neste período.

As empresas estão orientadas a dispensar os funcionários ou a priorizar o trabalho remoto. O governo alemão também proibiu o consumo de bebidas alcóolicas em locais públicos para evitar aglomerações.

"Há a necessidade urgente de fazermos algo", disse Merkel em uma reunião com os governadores dos 16 estados alemães.[Pedestres com máscara de proteção à Covid passam por loja de sapatos em Berlim, na Alemanha, no dia 11 de dezembro — Foto: Odd Andersen/AFP]Pedestres com máscara de proteção à Covid passam por loja de sapatos em Berlim, na Alemanha, no dia 11 de dezembro

O país está em "lockdown" parcial há seis semanas, com bares e restaurantes fechados, mas lojas e escolas continuavam abertas. Com o aumento das infecções, algumas regiões da Alemanha já haviam imposto medidas mais rígidas de restrição.

O governo apoiará as empresas afetadas com um investimento de 11 bilhões de euros (cerca R$ 67,5 bilhões) por mês. As empresas que forem forçadas a fechar poderão receber o equivalente a 90% dos seus custos fixos, com o limite de 500 mil euros (cerca de R$ 3 milhões) por mês.

Encontros e reuniões privadas continuam a ser limitadas no país, que já as limita a cinco pessoas (de no máximo dois grupos familiares). Para as festas de Natal, o governo promete flexibilizar a norma para que as famílias possam comemorar juntas.[A chanceler alemã, Angela Merkel, participa de uma sessão no Parlamento de Berlim em foto de 9 de dezembro de 2020 — Foto: Hannibal Hanschke/Reuters]A chanceler alemã, Angela Merkel, participa de uma sessão no Parlamento de Berlim em foto de 9 de dezembro de 2020 — Foto: Hannibal Hanschke/Reuters

Restrições antes do Natal

A preocupação com a segunda onda de casos cresce com a aproximação do Natal. O número diário de novos registros e mortes atingiu, na última semana, o maior patamar desde o início da pandemia no primeiro semestre deste ano.

Somente nas últimas 24 horas, foram 381 mortes, elevando o total para 21.787, segundo o Ministério da Saúde da Alemanha. Houve ainda 20,2 mil novas infecções, o que já soma mais de 1,3 milhão de casos confirmados da doença.

Os tradicionais mercados de Natal do país, com barracas de comidas e bebidas, são apontados como pontos de preocupação no controle da pandemia no país. Isso porque é mais difícil de se respeitar as medidas de distanciamento social.[Centenas de pessoas se reúnem para participar da abertura do tradicional mercado de natal na praça Roemerberg em Frankfurt, na Alemanha, em foto de dezembro de 2014 — Foto: Michael Probst/AP/Arquivo]Centenas de pessoas se reúnem para participar da abertura do tradicional mercado de natal na praça Roemerberg em Frankfurt, na Alemanha, em foto de dezembro de 2014 — Foto: Michael Probst/AP/Arquivo

'Inaceitável'

Na quarta-feira (9), Merkel pediu – em um discurso emocionado – que o Parlamento aprovasse mais restrições em toda a Alemanha até a primeira quinzena de 2021.

"Lamento muito, mas se isso [menos restrições] significa pagar um preço diário de 590 mortes, do meu ponto de vista, é inaceitável", disse Merkel.


Link
Notícias Relacionadas »