17/12/2020 às 20h43min - Atualizada em 17/12/2020 às 20h43min

Em MS, homem constrói a casa sozinho, mesmo sem as 2 pernas que perdeu em acidente

- Campo Grande News

Disposto a mudar de vida, há um ano Alcionildo Ferreira da Silva, de 32 anos, veio do Maranhão para Campo Grande.  Deficiente físico desde os 7 anos, quando teve as duas pernas amputadas, migrou do nordeste com a família: esposa e dois filhos de 5 e 8 anos.

Mesmo sem as duas pernas, hoje ele constrói a própria casa na Vila Samambaia.

Alcionildo conta que quando menino sofreu acidente junto com o irmão de 12 anos na época. Morando em fazenda, estavam em uma roçadeira conduzia pelo adolescente, quando se desequilibrou, caiu, e o veiculo passou em cima de suas pernas.

Minha mobilidade nunca me impediu de fazer as coisas”, declara com firmeza.

Mas 2020 não está fácil para ninguém e a empreitada de Alcionildo e da eposa, Regineide Pereira,  de 29 anos, estão enfrentando dificuldades batalhando para construir dois quartos, sala, cozinha e banheiro em um terreno cedido por um conhecido. Atualmente a casa onde mora, no Coophavila II e que também foi cedida, foi pedida pelo dono antes da data combinada e por isso ele corre contra o tempo para conseguir se mudar até janeiro. Sem cadeira de rodas, ele se desdobra, se rastejando para erguer o sonho da família, um lar.

A vida lá no Maranhão é muito difícil. A moradia aqui na cidade também não é fácil, mas lá [Maranhão] a educação e saúde é bem pior”, explica sobre a decisão de mudar de Estado.

A irmã já morava em Campo Grande há dez anos e por isso decidiu vir para cá. A família hoje vive de dois salários mínimos, um deles é de Alcionildo como pensionista e o outro da esposa, auxiliar de limpeza.

Ele explica que seu dinheiro tem investido em materiais para a construção, mas têm sido dias complicados.

    Estamos aperreados, esse mês por exemplo, não conseguimos fazer a feira, para poder investir nos materiais de construção”, explica. A renda além das contas e alimentação serve também pagar pensão de outros três filhos.

Força e determinação explicam a atitude de pôr a mão na massa, além do seu pai, em quem se espelha. “Minha família é trabalhadora e eu puxei meu pai. Somos em 16 filhos. Ele foi muito guerreiro e nunca passamos dificuldades”, conta orgulhoso.
 

A obra na casa se iniciou em agosto, mas a dificuldade financeira e de conseguir materiais tem deixado o serviço lento.  Materiais como cimento, tubulação elétrica, vaso e pia sanitários e padrão de energia são alguns dos itens para terminar a construção do sonho.




Alcionildo com a esposa e os filhos, Arthur de 5 anos e Maria Eduarda de 8 anos (Foto: Bruna Marques)


Para quem puder ajudar, principalmente com materiais de construção, o telefone é (67) 9 9193-9713 .


Link
Notícias Relacionadas »